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05/abr/2011

A criança com dificuldade escolar

Autor(a): Jason Jair Frutuoso

E agora, o que vamos fazer com nosso filho? Será que a escola está ensinando direito? Devemos mudá-lo de colégio? Ele está com malandragem? Por que seu irmão aprende e ele não? Onde foi que nós erramos?

São muitas as perguntas que os pais fazem quando o filho vai mal na escola. Abaixo algumas respostas para os questionamentos deles:

1 – Ansiedade de separação na infância

O QUE É?

Segundo o CID 10, é uma perturbação focalizada no temor relacionado com a separação, ocorrendo pela primeira vez durante os primeiros anos da infância. Distingue-se da angústia de separação normal por sua intensidade (gravidade), evidência excessiva, ou por sua persistência para além da primeira infância e por sua associação com uma perturbação significativa do funcionamento social.

O temor da separação faz com que a criança desenvolva mecanismos mentais para superar o conflito que surge entre o desejo e o medo de se separar da pessoa amada. Tais mecanismos geram a confiança necessária para que ela caminhe por outras fases do desenvolvimento, o que ocorre ao longo de toda a vida – portanto, aresolução da Ansiedade de Separação é um fator decisivo para o crescimento global da pessoa.

É MOTIVO PARA PREOCUPAÇÕES?

Não, quando ocorre dentro dos limites aceitáveis – considerados normais. Mas quando é excessiva ou extrapola o limite dos três ou quatro anos de idade os pais devem procurar orientação profissional.

QUAIS PROFISSIONAIS PROCURAR?

A princípio é importante procurar um(a) psicólogo(a) especialista em crianças, mas dependendo da gravidade do caso é necessário também avaliação e tratamento com um psiquiatra especialista em criança.

QUANDO A ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO É MAIS COMPLICADA?

Minha experiência no trabalho com crianças tem demonstrado que esta psicopatologia torna-se um tanto mais complicada na medida em que a criança vai ficando mais velha. Se quando ela era pequena, estar grudada à mãe não chamava atenção, agora, mais velha, ela própria já começa a se envergonhar de seus colegas e a cada dia se vê obrigada a negar participações em eventos sociais para os quais é solicitada. Então, para evitar tais convites, ela acaba se isolando.

A criança portadora de ansiedade de separação necessita da presença dos pais por tempo demasiadamente longo, tornando-os muito angustiados, o que não ocorre com aquelas não portadoras de tal psicopatologia. Por isto, muitas vezes recomendamos também orientação familiar, por um terapeuta especialista em família.

Para orientação de profissionais que trabalham com crianças, colocarei abaixo alguns sinais que podem levar ao diagnóstico da ansiedade de separação(fonte: www.psicosite.psc.br)

- A criança manifesta uma preocupação irreal e aflitiva quanto a um possível dano às pessoas diretamente relacionadas a ela.

- há uma persistente relutância em ir a escola por medo de ficar longe dos pais.

- Quer dormir próximo ou com os pais ou não quer dormir antes dos pais.

- Tem um medo inapropriado de ficar sozinha em casa.

- Tem pesadelos sobre separação dos pais (não quer separar-se dos pais) – Pesadelos em crianças são indicativos de fatores estressantes para elas.

- Tem queixas físicas como náuseas, dores de estômago ou de cabeça, vômitos, nos momentos em que precisam separar-se dos pais como na hora de ir ao colégio ou sair de casa.

- Manifesta ansiedade excessiva com choro, acessos de raiva, apatia ou retraimento social após ter sido obrigada a ficar longe dos pais como no retorno às aulas.

ESTA PSICOPATOLOGIA É UM OBSTÁCULO AO APRENDIZADO ACADÊMICO.

- Primeiro, porque, quando o nível de ansiedade é muito alto o poder de concentração se torna baixo.

- Com alguma frequência essas crianças desenvolvem um quadro de Fobia Escolar, chegando até mesmo a deixarem de frequentar as aulas.

- Não é pouco comum a família obrigá-la a frequentar as aulas sem que nenhum tratamento tenha sido realizado. Então, com a falta de confiança básica, elas tornam-se ainda mais ansiosas.

FONT: -PSIQWEB 

        - CID 10

2 – A criança com dislexia

Os questionamentos começam na fase da alfabetização e aumentam quando a criança já está lá com seus oito ou nove anos de idade. A angústia aumenta, e muito, quando a criança é reprovada, o que ocorre no primeiro ano do ensino fundamental, momento em que ela deveria ser alfabetizada. O professor os chama e revela que “Joãozinho” não vai passar de ano. Então, os pais se veem às voltas com o problema, mas alguém tenta amenizar: “Ele vai melhorar, o pai dele também foi assim, a mãe demorou a se alfabetizar, um de seus tios teve lá suas dificuldades, mas que ao final das contas conseguiram superar. O Fulano abandonou os estudos e se deu bem na vida.

Só que tais argumentos não funcionam, porque agora o que conta é que Joãozinho, filho idealizado pelos pais como bom estudante e bom profissional no futuro, está reprovado e seu problema documentado pela escola. Mesmo quando os pais não conseguem sucesso acadêmico, eles sonham com o êxito dos filhos. Portanto, o melhor mecanismo agora é procurar ajuda para Joãozinho. 

Mas o que eles podem fazer?

Há quem nada faz, por falta de compreensão acerca do problema, por falta de recursos financeiros, ou ainda porque a própria escola não consegue compreender a situação do aluno para orientar os pais e encaminhá-lo aos especialistas, ou mesmo porque não há especialistas na região onde ele estuda.

O que realmente os pais devem fazer é encorajar a criança em vez de ridicularizá-la, censurá-la e castigá-la. Devem elogiá-la pelas conquistas escolares, por menores que sejam. Nunca, mas nunca mesmo comparar o disléxico aos irmãos ou a quaisquer outras pessoas. O que também pode ajudá-lo é ler em voz alta para ele e junto com ele. 

Se nada for feito, o tempo vai passando e a criança vai tendo aumentada sua defasagem escolar e perdendo seu período de prontidão para a aprendizagem dos conteúdos escolares. Os educadores sabem que, quando uma pessoa perde o período de prontidão para a aprendizagem, ela pode recuperar com o auxilio de profissionais da saúde e com grande esforço dos profissionais da educação, mas dificilmente essa pessoa aprende como aprenderia se aproveitasse a fase do desenvolvimento infantil, que é o momento adequado para a alfabetização. Por isto, quanto mais cedo ela for encaminhada para o tratamento, melhor será seu desenvolvimento escolar.

Pessoa com dislexia pode ter problemas com a leitura, com a escrita ou em com ambos. Ela tem dificuldade de reconhecer, reproduzir, associar e ordenar os sons e as formas das letras para organizá-los de forma correta. 

Quais profissionais procurar?

Essas crianças devem ser tratadas por uma equipe multiprofissional que trabalhe de forma interdisciplinar, portanto quando há condições ideais na cidade onde ela reside deve ser encaminhada para o(a) Fonoaudiólogo(a), o(a) Psicopedagogo(a) e para o(a) Psicólogo(a) que seja especialista em criança. O trabalho tem a função de ajudar a criança, tanto em sua organização escolar como também em sua organização emocional.

Dislexia é falta de inteligência?

Muitos pensam que sim, mas não é. Muitas pessoas de grande destaque no mundo tiveram problemas com a dislexia, dentre elas: Tom Cruise, Albert Einstein e inúmeros outros. Também não deve trata como doença.

Acho que todos os profissionais que trabalham com crianças devem estar preparados para, pelo menos, fazerem os devidos encaminhamentos.

Fontes: - www.andilexia.org.br;

            - youtube.com;

            - www.brasilescola.com

3 – TDAH – Transtorno de deficit de atenção com hiperatividade

O que é?

Segundo a ABDA (Associação Brasileira do Deficit de Atenção), o TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo para o resto da vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Às vezes é chamado também de DDA (Distúrbio de Deficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.

A ABDA estima que de 3 a 5% das crianças possuem o TDAH, que é uma alteração na região frontal orbital, sendo a genética um fator que predispõe à doença.

Experiências mostram que, além dos sintomas acima, muitas crianças portadoras do TDAH são impulsivas (agem sem pensar) e outras apresentam também comportamentos anti-sociais (transgressão às leis do relacionamento social). Se somente o distúrbio de atenção é suficiente para prejudicar a aprendizagem, imaginem se a criança for também impulsiva e apresentar comportamentos anti-sociais. Neste caso ela acaba dando muito mais trabalho para pais e professores, e seu convívio com outras crianças se torna muito difícil.

Além da avaliação psicológica e educacional, a pessoa com suspeita de TDAH precisa ser avaliada por um neurologista que seja especialista no assunto; sendo criança deve ser tratada por um(a) neuro-pediatra ou por um(a) psiquiatra da infância e da adolescência, que sejam, igualmente, especialistas nesse distúrbio. Assim não incorremos no risco de tratá-la de forma errada. Apenas pela inquietação em sala de aula, não podemos dizer que ela tem TDAH, porque a inquietação pode ser sintoma de outras doenças, como por exemplo, o transtorno ansioso.

Algumas características da criança portadora do TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção com Hiperatividade):

- Inquietação que ocorre em casa, na escola e em qualquer outro lugar que a criança estiver.

- Dificuldade para aceitar as regras e limites (algumas ignoram as ordens superiores como e agem como se fossem surdas).

- Dificuldade para internalizar as leis da figura de autoridade.

- São desatentas.

- Dificuldade para avaliar o próprio comportamento (muitas parecem ignorar o sentimento dos colegas quando esses sofrem uma ação desagradável praticada por elas).

- Dificuldade para organizar o material escolar (com frequência perdem seus objetos ou os esquece em casa ou na escola).

- Pelo fato de não conseguirem seguir as regras básicas do relacionamento, são rejeitadas pelos colegas, o que as torna deprimidas.

- A expressão do sentimento dessas crianças, às vezes, não condiz com o verdadeiro estado interno delas (mesmo quando depressivas podem agir com certa euforia).

- Com alguma frequência se tornam aversivas para adultos pouco preparados para lidarem com elas.

- São estabanadas.

- São avoadas. “Vivem no mundo da lua”.

- Algumas são impulsivas e anti-sociais.

- De um modo geral só conseguem ficar atentas para atividades de estrito interesse delas.

Após avaliação preliminar dos profissionais da escola (Professor e Orientador Educacional), a criança será encaminhada para avaliação psicológica e para avaliação médica (por um Neuro-pediatra ou um Psiquiatra da Infância).

Alguns pais rejeitam a ideia do filho ser tratado por um neurologista ou por um psiquiatra, mas, no caso da suspeita de TDAH, cabe-nos a tarefa de conscientizá-los da necessidade da avaliação e caso confirme o diagnóstico, a realização do tratamento.

Mesmo para as crianças de nível intelectual superior, o TDAH é um sério obstáculo ao seu desenvolvimento escolar.

Fontes:

– Sheila aparecida dos Santos Silva e Mônica Araújo – efdportes.com;

Site da ABDF(Associação Brasileira de Deficit de Atenção);

Mentes Inquietas – Ana Beatriz Barbosa Silva.

CID 10

Manuel de Psicopatologia – Julian de Ajuriaguerra/Artes Médicas

www.psicosite.com.br

4 – Transtorno obsessivo compulsivo na infância e na adolescência

O que é?

É um transtorno caracterizado por idéias obsessivas ou por pensamentos compulsivos recorrentes. As idéias obsessivas são pensamentos, representações ou impulsos, que intrometem na consciência de modo repetitivo e estereotipado. Em geral, elas perturbam muito o sujeito, que tenta resisti-las, mas sem sucesso. A pessoa reconhece, entretanto, que se trata de seus próprios pensamentos, mas estranhos à sua vontade e em geral não prazerosos. Os comportamentos e os rituais compulsivos são atividades estereotipadas repetitivas. O sujeito não tira prazer algum da realização destes atos, os quais, por outro lado, não levam à realização de tarefas úteis por si mesmas. O comportamento compulsivo tem por finalidade prevenir algum evento objetivamente improvável. Frequentemente este evento implicaria em dano infligido ao sujeito ou causado por ele, que ele teme que possa vir a ocorrer. O indivíduo reconhece habitualmente o absurdo e a inutilidade de seu comportamento e faz esforços repetidos para resistir-lhes. O transtorno se acompanha quase sempre de ansiedade que se agrava quando o paciente tenta resistir à sua atividade compulsiva. Fonte CID 10.

Os sinais da doença geralmente estão presentes desde muito cedo, mas às vezes os pais só vão perceber quando os sintomas se manifestam da forma mais aguda, isto é, quando eles impõem sofrimento psicológico ao paciente e se tornam perturbadores também para os familiares. Os sinais que deveriam ser vistos como um alerta para a tomada de decisões por parte dos pais, muitas vezes são vistos por eles apenas como “um jeito de ser” da criança. Eles só vão perceber a dimensão do problema quando ele se torna mais grave. É comum os pais se desestruturarem quando o filho apresenta problemas de saúde e a falta de conhecimento sobre o assunto acomete a maioria deles, o que favorece a ansiedade e a angústia da família.  

Tenho dito aos pais que suas dúvidas sobre alguns sinais do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC),devem ser discutidas com um profissional da saúde, porque o diagnóstico feito de forma precoce ajuda no tratamento, diminuindo assim as conseqüências desagradáveis para a vida futura do paciente. Isto vale para todas as doenças.

Mas a quem procurar?

Os pais devem procurar diretamente o(a) psiquiatra ou o(a) psicólogo(a) – especialistas em infância e adolescência – mas isto muitas vezes se torna um pouco difícil para eles, uma vez que o desejo de caminhar nesta direção quase sempre esbarra no temor de uma descoberta nada agradável em relação à saúde do filho. Mas de toda forma é melhor que o diagnóstico seja estabelecido precocemente para que o tratamento seja exitoso. Outra dificuldade é que a criança não se queixa de forma explícita de seus sintomas como é o caso do adulto, isto leva os pais a pré-suporem que tudo está bem com ela.

Ao apresentar alguns dos sintomas abaixo, os pais devem levar a criança ou o adolescente para a devida avaliação.

- Mania de limpeza

- Necessidade imperiosa de verificar se a porta está fechada e outras manias de verificação.

- Necessidade de repetir certos comportamentos, como colocar o pé quatro vezes dentro do carro antes de entrar nele, bater na madeira antes de realizar alguns eventos, acender e apagar luzes diversas vezes, rezar repetidamente, beijar um objeto sagrado várias vezes, contar placas na rua e outros objetos ao longo do percurso do passeio com os pais.

- Observância rigorosa da simetria ao guardar seus objetos, como sapatos rigorosamente emparelhados, colocar objetos em cima de um móvel de forma excessivamente organizada, extrema dificuldade para se desfazer de suas coisas, juntar tocos de cigarros e outras coisas aparentemente sem importância.

- Muita rigidez ao brincar, dando a idéia de que não está tirando proveito desta atividade.

- Não pisar em determinadas linhas do calçamento ou caminhar rigorosamente em cima delas, pular ladrilhos ao caminhar em logradouro público ou mesmo em casa.

É importante salientar que todos estamos sujeitos a apresentar alguns destes comportamentos, sem que isto seja sintoma de TOC, portanto, os pais devem observar com que frequência eles são apresentados e se há algum sofrimento emocional na criança ou no adolescente que os apresenta. Isto vai orientá-los para que não fiquem angustiados sem justa motivação.

Igualmente importante é que os pais fiquem atentos ao relato de professores, pediatras e outros profissionais que trabalham com a criança e com o adolescente. Isto pode ajudá-los a identificar os sinais de alerta que vão orientá-los sobre a necessidade de uma avaliação psicológica e a identificação de um possível Transtorno Obsessivo Compulsivo(TOC)..

Um Caso de Transtorno Obsessivo Compulsivo

Quando pequeno ele já apresentava alguns comportamentos que eu achava diferentes dos comportamentos dos irmãos: Seus objetos eram  colocados muito alinhados, gostava de andar em cima das linhas das cerâmicas, era extremamente organizado e rigoroso em tudo que fazia;  parecia muito sério ao brincar. Certa vez descobri que pegava tocos de cigarros na rua e os colocava no bolso, e, quando perguntei por que fazia aquilo, disse-me que era para evitar que seus professores dessem  provas ou trabalhos muito difíceis para ele resolver”, disse uma mãe durante a entrevista sobre o filho.

Após o relato da mãe, o pai tomou a palavra e disse: “Eu também fui assim, depois cresci e tudo mudou, agora estou bem, sou um homem bem sucedido na vida, esta preocupação dela – apontando para a mãe – não faz muito sentido”.

Após algumas sessões de avaliação ficou constatado que o adolescente apresentava de fato um Transtorno Obsessivo Compulsivo, diagnóstico confirmado também por um Psiquiatra da Infância e Adolescência.

Ao ouvir o diagnóstico o pai ficou muito desapontado, a mãe nem tanto, uma vez que ela acompanhou mais de perto o desenvolvimento do filho e a evolução de seu quadro clínico. A negação do pai em relação ao diagnóstico é compreensível, uma vez que é mesmo bastante desagradável descobrir que o filho é portador de uma doença(qualquer que seja).

Quando a criança está se ocupando em demasia com os sintomas do TOC, diminui seu poder de atenção e concentração e sua capacidade de aprender fica prejudicada.

Obs:

O caso acima é uma ficção, este é o modo que costumo ilustrar meus artigos para evita  a exposição de meus clientes.

 FONTES: - WWW.PSICOSITE.COM.BR; WWW.FIOCRUZ.BR E CID 10

5 - Fobia escolar

É um transtorno ansioso caracterizado por um medo excessivo de ir para a escola. A criança passa a ver a escola como uma ameaça: “A professora é muito brava. O menino grande pode me bater. A escola é feia. Os meninos da escola são maus etc...”. Assim Pedrinho vai justificando seu “desejo” de não ir para a escola. Está começando aí um quadro de fobia escolar.

De onde vem este problema?

Para tentar explicar esta situação é preciso, em primeiro lugar, obtermos um histórico da criança, a história da gestação e parto, de seus primeiros anos de vida e ainda, em alguns casos sabermos também sobre o histórico de vida da mãe – como foi seu processo de individuação, sua capacidade de deixar a criança trilhar seu caminho sem que isto seja para ela uma angústia.

A história de Pedrinho (ficção)

Certo dia, Pedrinho começa a falar mal de sua escola. Ele alega que está com dor de barriga e sua cabeça também dói. Os pais com alguma paciência, o escutam e o liberam da tarefa de ir à escola. No dia seguinte Pedrinho reclama que sua professora não é legal e que na escola tem uns meninos chatos e novamente manifesta o desejo de ficar em casa. Os pais o deixam em casa de novo, mas ele está desconfortável por saber que a mãe vai sair para trabalhar.

Os pais deixam o filho com a empregada e quando vão para o trabalho comentam o assunto: “O que será que está acontecendo com Pedrinho?” pergunta a mãe. O pai demonstra claramente não estar gostando dos sintomas de Pedrinho: “Sei não, ele deve estar com malandragem. Ele é muito manhoso”.

Mas os sintomas de Pedrinho não param por aí, e no dia seguinte fala que está querendo vomitar e que sua cabeça dói. Agora são os pais que não querem que ele vá para a escola e procuram um pediatra para avaliar o filho. Levam Pedrinho ao médico mas o Dr. não descobre um quadro que justifique os sintomas do garoto.

Na volta para casa a mãe se lembra e comenta sobre a dificuldade de Pedrinho se adaptar ao Jardim de Infância e o quanto ela sofria com o sofrimento do filho. O marido lembra que nos primeiros dias de aula ao deixar Pedrinho na escola a mãe se sentia tão angustiada que por várias vezes acabou chorando na presença de Pedrinho.

Temos aí um quadro de fobia escolar que provavelmente está estreitamente ligado à uma ansiedade de separação que não é só da criança. A mãe também não fica bem quando se separa de Pedrinho. Ela demonstra tanto medo da separação, que Pedrinho sente que sua guardiã não pode lhe dar a devida proteção. Como a Fobia escolar é um transtorno ansioso, quanto mais temerosos os pais ficam, mais aumenta a ansiedade de Pedrinho.

Felizmente a professora já com experiência em casos de fobia escolar, indica dois profissionais que podem ajudar Pedrinho e sua família: ela os encaminha para um Psiquiatra da Infância e para um Psicólogo que também trabalha com crianças. Antes o Pediatra já havia sugerido que os pais procurassem o psiquiatra, mas eles ficaram tão assustados com a ideia que acabaram tentando resolver ao modo deles. Mas agora a professora os deixa convencidos de que o problema do filho pode ter solução. E lá se foram eles, rumo aos profissionais indicados.

Já assisti uma criança com fobia escolar que em seu discurso deixava claro que a mãe também tinha algo parecido. “Quando fico muito agoniado lá na escola, o senhor pode ir na minha casa que minha mãe tá igual a mim. Eu e minha mãe somos igual carne e unha”, disse.

A fobia escolar não é de difícil solução e a maioria dos pacientes respondem bem ao tratamento. Algumas apresentam resposta muito lenta ao tratamento, por terem outras complicações associadas à fobia escolar. Mas para que o tratamento seja eficaz é necessário que os pais sejam bem orientados e em alguns casos a mãe deve ser também encaminhada para tratamento.

Mesmo quando são muito inteligentes essas crianças podem ter baixo rendimento escolar, por causa do alto nível de ansiedade e as constantes faltas às aulas.

FONTES: WWW.INFOESCOLA.COM>PICOLOGIA; YOUTUBE.COM E CID 10

 
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