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13/ago/2011

Somos (in)nativos

Autor(a): Jason Jair Frutuoso

Antes corríamos para todos os cantos,
a floresta era nosso canto e nosso encanto.
Outrora éramos selvagens com direito à felicidade,
hoje, em nosso peito só resta a saudade.

Um dia descobrimos nosso jeito de navegar,
com nossa simplicidade foi fácil acreditar.
Em nossas pequenas canoas éramos filhos do rio e do mar,
nossos deuses moravam no ar ou em qualquer lugar.

Então vieram grandes embarcações, fortes canhões, doces ilusões e PRONTO!

Estávamos conquistados de corpo e  alma,
continuamos índios de corpo, mas nos impuseram a cor branca.
Quiseram mudar até a cor de nossa alma.

Viramos prisioneiros de seus hábitos.
Nada mais temos deste mar nem de nenhum lugar.

Somos escravos deste comércio;
intermediários das indústrias.
Hoje não há nada que acalme
nossa alma.

Somos como passarinho
NA GAIOLA,
nada mais nos consola.

 

Visitei Porto Seguro. Lá vi índios puros que em mundo impuro vendiam produtos industrializados.

 
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