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28/jul/2018

JOGANDO COM O GLOBO TERRESTRE

Autor(a): Jason Frutuoso

 

Amanheci sonhando acordado.

Sonhei que jogava um jogo,

Para o qual a bola era um instrumento.

Também havia raquetes naquele jogo.

Éramos dois a jogar, depois três,

Depois quatro, depois cinco, depois seis...

Mais tarde alguns milhares.

 

A idade do mundo aumentando,

A população se agigantando,

A terra tornando-se estreita,

A ambição se dilatando,

As raquetes se escasseando

E a bola se desgastando.

 

Até que um dia éramos milhões.

Pela teimosia da minoria,

Jogávamos sempre aquele jogo,

Sempre que um time ganhava,

O outro time perdia.

 

O jogo que a gente jogava,

Ficava mais forte a cada dia.

O que sempre ganhava ficava viciado,

Quando frustrado se enfurecia.

O que sempre perdia se entristecia,

Outras vezes virava bicho – bicho vexado!

 

Até que um dia alguém chegou,

Pedindo para mudar o jogo,

Sugerindo uma ideia nova:

Conservaria os instrumentos,

Só mudaria o jeito de jogar,

Se o jogo fosse aceito,

Os dois lados iriam ganhar.

 

“ Jogo que ninguém perde, não é jogo”.

 Isto é imbróglio – embrulhada, amigo.

 Distribuam mais raquetes,

dividam as turmas!

Saquemos com precisão!

Vamos pessoal!

Você, você, e tu também!

 

 

 “Mas chefe, o jogo está mal dividido.

Se de um lado só têm ricos

Do outro só têm pobres, é injustiça.

Está tudo muito desigual.

Onde mora a justiça social?”

 

“Mas que jogo você propõe?

 Diga o nome desta coisa,

Mas não me venha com imbróglio.

Jogo é jogado, ganhado. E pronto!.

Entendeu o que eu quis dizer?”

 

“Vou falar de minha proposta,

Mas vejo que tá difícil.

De tanto jogarmos tênis,

A bola se deformou,

Só com a união global,

Ela pode voltar ao  normal.

Vamos lá?

Vamos tentar?”

 

Após jogarmos por anos a fio,

O chefão propôs conversar,

Mas dizendo que jogo que é jogo,

Que após cada certame,

Alguém o troféu tem que levar.

 

Mas o tempo foi passando,

A multidão se acostumado

Ao jogo onde todos ganham.

Bem no meio do certame,

Alguém descobriu um jeito,

De a bola reformar.

 

Com a situação muito complicada,

Alguém passou o meu recado

Para todo o globo terrestre.

Pedi para chamarem os meninos:

Os da Etiópia, os do Haiti e os daqui,

Para nos ajudarem nas grandes jogadas

Deste jogo que não é bem jogo,

Mas que precisa ser jogado.

 

Vieram todos para o torneio,

Homens do outro lado do mundo

E os humanos do lado de cá,

Deram nome para a brincadeira,

E chamaram-na de amistosa.

Amistosa!

A palavra fez a diferença.

Acabou com a malquerença.

 

Caíram as regras antigas,

Não é mais tempo de sacar e cortar,

Precisamos da ajuda mútua,

Para a bola levantar,

Para a bola não cair,

Para mantê-la no ar,

Não deixá-la se estragar.

 

A diferença está nas palavras,

Nos discursos, nas opiniões,

Nas ações,

Nas atitudes da multidão,

E de todas as nações.

Agora somos milhões

Jogando em todos os cantos da terra.

 

Acabamos com o jogo de tênis,

Passamos para o recém-criado,

Com seu nome diferente.

Agora é Frescobol!

Frescobol!

Frescobol!

 

Distribuam mais raquetes,                                       

Ninguém mais vai derrubar a bola,

Ninguém mais ofendê-la,

Ninguém vai ferir o globo,

Porque agora é frescobol,

A palavra da diferença.

É a diferença

É a diferença...

 


É só sonho, mas é frescobol – o jogo do entendimento.

Que o globo terrestre não continue sendo bola de tênis!

 
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